Costumo conversar, e muito, com
os meus pacientes. Gosto de conhecê-los bem, suas histórias de vida, seus
temores e anseios, o que, com frequência, faz com que se tornem amigos. Acredito
que este vínculo de confiança seja imprescindível para ambas as partes e
facilita sobremaneira o andamento de qualquer tratamento no campo da saúde.
Esta semana, ao conversar com um
paciente durante uma consulta, ele me contou uma história de tratamento
odontológico com implantes que remetia ao início dos anos 90, e relatou muitos
traumas e insucessos. E lá estava ele em consulta para mais uma tentativa de
chegar a um sucesso clínico, um tanto receoso e aflito, ao que procurei
tranquiliza-lo, demonstrando como a Implantodontia mudou nestes 25 anos. Em
casos assim se faz ainda mais importante oferecermos um tempo maior de conversa
com os pacientes, porque, com certeza, ele já está sobrecarregado de
informações técnicas, mas que não redundaram em conforto para sua vida.
No caso da implantodontia,
podemos fazer com os pacientes uma análise temporal, para que entendam que o
tratamento com implantes que se oferecia na década de 90, nos primórdios da
Implantodontia no Brasil, era absolutamente o contrário do que é feito hoje em
dia. Por favor, não é uma crítica aos profissionais que abraçaram a
Implantodontia naquela época, muito pelo contrário. Quero dizer simplesmente
que os conhecimentos que se tinha na época, de todo o processo de reabilitação,
dos implantes e dos componentes protéticos disponíveis, eram bastante limitados.
Hoje contamos com um avanço tecnológico em biomateriais e conceitos biológicos
que nos permitem, com certeza, trazer muito conforto, bem estar e satisfação
aos nossos pacientes. Atualmente não se admite que um profissional exerça
tratamentos com implantes sem ter conhecimentos de Prótese, Periodontia e
Cirurgia, para que se possa abranger todos os aspectos que darão conforto ao
paciente.
Indiscutivelmente, a atualização
profissional é necessária, mas cuidando com modismos tão comuns. Como leciono há
muitos anos na área da Implantodontia, vejo com muito cuidado novos lançamentos,
quer de materiais ou protocolos de tratamentos tidos como “rápidos e algo
milagrosos”. Saibam pacientes, que isso raramente existe na Implantodontia, onde
a pressa realmente é inimiga da perfeição, sendo que sempre é preciso lembrar
que esta perfeição era seu dente hígido e bem formado, sem restaurações.
Os dentistas são constantemente
bombardeados com propostas de novos equipamentos e biomateriais revolucionários,
no entanto, a pesquisa séria na Implantodontia é intensa, e é preciso cautela
para assimilar novas fórmulas, apelando ao bom senso e ao estudo criterioso.
Hoje os implantes são posicionados
na arcada dentária seguindo um planejamento previamente definido pelo
profissional que fará a prótese e não o contrário, como acontecia na maioria
das vezes nos anos 90. Seguindo este “planejamento reverso”, temos maiores
possibilidades de alcançar uma reabilitação bucal eficiente, aliando melhora na
mastigação, fala e estética.
Lembrando sempre que é um
procedimento de recuperação do que foi perdido, ou seja, do dente e seus
tecidos de suporte, o que ainda é o ideal da Odontologia. Outro aspecto
interessante de ser lembrado aos pacientes é que, com o avanço tecnológico, o
conforto trans cirúrgico e pós cirúrgico, que são as fases normalmente mais
temidas por eles, tornou-se natural no dia-a-dia clínico, desde que o
tratamento seja executado dentro de rígidos protocolos de eficiência.
Implante mal posicionado em área estética
Implante mal posicionado em área estética
Após a colocação de outro implante e técnicas
de regeneração dos tecidos moles e duros
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